Câmara havia aprovado projeto de lei que obrigaria agências bancárias e lotéricas de Pouso Alegre a manterem a vigilância armada 24h. Após veto da administração Simões, acordo prevê nova tramitação da proposta e regulamentação que exclui lotéricas das novas exigências
Os vereadores de Pouso Alegre derrubaram o veto da Prefeitura sobre o projeto de lei que obriga vigilância armada 24 horas por dia em bancos e outras instituições financeiras. Com a derrubada do veto, a proposta, que havia sido aprovada em dezembro do ano passado e precisava apenas da sanção do prefeito Rafael Simões (DEM), volta a tramitar na Câmara de seu ponto inicial.
Apesar do veto total da prefeitura seguido de sua derrubada, as manobras tratam, no final das contas, de um acordo entre Legislativo e Executivo. A ideia é que a Câmara aprove o projeto novamente e que, então, a proposta seja sancionada pela Prefeitura, que vai adequá-la por meio de um decreto, que excluirá a obrigatoriedade de as agências lotéricas cumprirem as novas exigências, ponto que preocupava esses estabelecimentos.
“Chegamos em um acordo de derrubar esse veto (…) Esse projeto será regulamentado pelo Executivo através de decreto e pode seguir a tramitação do projeto de forma regimental e tudo vai terminar bem”, garantiu o vereador Reverendo Dionísio (DEM).
Autor do projeto de lei, Oliveira Altair (DEM) ressaltou o acordo feito com a administração para salvar a proposta: “Em conversa com o prefeito ele também viu que esse projeto é um projeto de grande importância para a segurança, principalmente das pessoas mais idosas no caixa eletrônico”, argumentou.
Quem também saiu em defesa da proposta foi o vereador Leandro Morais (PSDB). Ele lembrou que diversas cidades adotaram o projeto. “É um projeto que trata de ferramentas de segurança para usuários dos bancos. Vários municípios já adotaram essa prática e, com toda certeza tem um reflexo direto na segurança”, avaliou.
O presidente da Câmara, Bruno Dias (DEM), explicou que, após o veto, os vereadores teriam convencido o prefeito de que a regulamentação posterior da proposta era suficiente para promover a alteração desejada pelo município, mas, ainda segundo ele, por conta dos prazos regimentais não seria mais possível retirar o veto sem criar insegurança jurídica para a legislação.
O projeto
Além de no mínimo um vigilante armado 24 horas por dia, o projeto prevê que as instituições bancárias mantenham um vigilante de prontidão em um autoatendimento durante o expediente, além de um escudo de proteção ou cabine de ao menos dois metros de altura, com um assento para abrigar os profissional de segurança.
> Confira a íntegra da proposta
Mesmo com ampla maioria na Casa, Simões é chamado ao diálogo
Não deixa de ser curioso que Câmara e prefeitura tenham chegado a bom termo em torno da questão. Com maioria esmagadora na Casa – ao menos 14 dos 15 vereadores dão amplo apoio à administração, chama atenção que o veto de Simões não tenha sido recebido de forma passiva.