O dono da União Química, Fernando Marques, ao lado do prefeito Rafael Simões | Foto: reprodução
A vacina russa Sputnik V é uma das apostas do prefeito Rafael Simões para imunizar os pouso-alegrenses. Na última semana, ele e o dono da farmacêutica anunciaram que 400 mil doses seriam destinadas para Pouso Alegre e região
O dono da União Química, Fernando Marques, afirmou em um áudio vazado para a imprensa acreditar que haja uma ação deliberada da Anvisa para barrar a aprovação da vacina Sputnik V, que, no Brasil, será fabricada pela farmacêutica.
Sem fundamentar suas acusações, o empresário afirma que os entraves levantados pela agência teriam o intuito de beneficiar o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), que articulou a produção da chinesa CoronaVac por meio do Instituto Butantan; e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz o imunizante inglês desenvolvido pelo laboratório AstraZêneca e a universidade de Oxford.
No caso da Fiocruz, ainda de acordo com o empresário, os beneficiários seriam os partidos PT e PCdoB, que teriam a fundação em “em suas mãos”. Vale lembrar que a Fiocruz é uma instituição ligada ao Ministério da Saúde, respondendo, portanto, ao governo Bolsonaro.
“Eles querem manter a coisa com a Fiocruz e com o Butantan. Butantan na mão do Doria e Fiocruz na mão do PT, PCdoB. E, p…, não tem vacina, o povo tá morrendo”, afirma Marques no áudio.
As declarações do empresário foram publicadas pelo Estadão Conteúdo e teriam sido extraídas de um áudio enviado, inicialmente, para o empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, mas ele chegou até o presidente Jair Bolsonaro.
A União Química confirmou a veracidade do áudio e afirmou que ele foi gravado pelo empresário em um momento de “desespero”.
Anvisa diz que União Química não enviou documentação necessária
Não é a primeira vez que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se vê em meio a uma guerra de acusações que tentam imputar a seus técnicos condutas supostamente influenciadas pelo cenário político. Curiosamente, o próprio governador João Dória chegou a acusá-la, assim como agora o faz o proprietário da União Química.
No caso de Dória, porém, assim que o Butantan forneceu os documentos com as informações necessárias, a CoronaVac teve seu uso emergencial liberado.
De acordo com a Anvisa, a Sputnik V também poderá ser liberada, mas alega que, embora a farmacêutica tenha enviado informações “sobre qualidade, eficácia e segurança da vacina”, ainda não apresentou ao órgão “o relatório oficial”, A agência afirma que estão pendentes dados essenciais para a análise, que estão sendo discutidos entre as partes”.
Técnicos da Anvisa e representantes da União Química se reuniram na quarta-feira (17) e têm um novo encontro marcado para a próxima segunda-feira (22).
Ontem, 19, o político comentou o áudio do empresário e as dificuldades da liberação da vacina junto à Anvisa em entrevista à jornalista Analice Nicolau.
“Lamentavelmente, o Fernando mandou esse recado para o nosso querido presidente Bolsonaro, dizendo que, até este momento, a Anvisa, nem mesmo de forma emergencial, autorizou a Sputnik. Isso nos deixa muito triste, porque nós não estamos falando de algo experimental, estamos falando de uma vacina que está sendo usada na Rússia, está sendo usada na Argentina, está sendo usada em mais de 40 países”.
Bolsonaro diz a apoiadores que não pode interferir na Anvisa
Em uma provável referência ao caso, Bolsonaro disse o seguinte a seus apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada: “Outra empresa, grande, conhecida. Tem 20 milhões de doses para vender e não consegue. Daí um cara falou comigo. Falei: ‘Não posso interferir. Não vou interferir na Anvisa”.
O político afirmou ainda que teria ligado para um ‘colega’ da Anvisa, que o teria informado que a empresa ainda não enviara a documentação necessária. O presidente então afirmou: “Por que querem vender para nós, sem certificação, sem nada? Isso é lobby? Comigo não vão fazer lobby”, afirmou.
Medida vai beneficiar entidades como a Apae, Clube do Menor e outras sete organizações sociais que poderiam encerrar atividades sem a ajuda financeira. Proposta ainda será apreciada em segunda votação
Proposta aprovada na noite desta terça-feira, 20, pela Câmara de Vereadores vai permitir que a Prefeitura de Pouso Alegre repactue as condições dos repasses e siga subsidiando as entidades filantrópicas que prestam serviços de educação ao município mesmo durante a pandemia.
O projeto de lei foi aprovado em primeiro turno e ainda terá que voltar ao plenário para, só então, ser sancionado pelo prefeito Rafael Simões (DEM).
Entenda
Todos os anos a Prefeitura de Pouso Alegre faz o repasse de verbas, que leva o nome técnico de subsídio, para ajudar a custear entidades sociais sem fins lucrativos como a Apae, o Clube do Menor, o Instituto Felippo Smaldoni e outros.
Parceiras do município na educação pública, essas OSCs (Organização da Sociedade Civil) atendem crianças com algum grau de deficiência, em estado de vulnerabilidade, ou atuam em ações de promoção social em áreas muitas vezes descobertas pelo estado.
Mas para ter acesso à verba, que este ano será de R$ 3,35 milhões dividida entre nove associações, essas entidades precisam comprovar os serviços prestados e atender a uma série de exigências e pactuações firmadas com o município.
Com o advento da pandemia e as medidas de restrição, a suspensão das atividades presenciais impedia que essas instituições utilizassem a verba municipal para honrar custos como a folha de pagamento, por exemplo, o que poderia inviabilizar a continuidade do trabalho de algumas delas.
Para permitir o uso da verba nesses custeios, ainda que não haja atividades presenciais com os alunos, a Prefeitura enviou à Câmara o projeto de lei que promove a repactuação das condições para o subsídio.
“Caso haja necessidade de suspensão ou alteração das atividades, deverão ser repactuados o plano de trabalho, as metas e os resultados, com dedução das despesas diretas e indiretas que efetivamente deixem de ocorrer”, esclarece a proposta enviada à Câmara.
Como funcionam as transferências para as organizações sociais
Todos os anos a Prefeitura envia um projeto de lei para a Câmara de Vereadores com os valores a serem repassados para as Organizações Sociais que atuam na área da educação. Como faz parte do orçamento municipal, a proposta é aprovada no ano anterior para ser executada no seguinte.
Os repasses previstos para 2021 foram aprovados pela Câmara e sancionados pela Prefeitura em dezembro de 2020, na forma da Lei 6.312 de 2020. À época, estimava-se que as atividades educacionais voltariam à sua rotina ao longo do ano seguinte o que, até o momento, não se confirmou.
Confira o valor e as entidades que recebem o subsídio da Prefeitura:
Associação das Obras Pavonianas de Assistência – Escola Profissional Delfim Moreira: R$ 260 mil
Associação de Caridade de Pouso Alegre – Educandário Nossa Senhora de Lourdes: R$ 450 mil
Associação de Integração da Criança – R$ 155 mil
Associação de Pais e Amigos de Excepcionais – APAE de Pouso Alegre – R$ 200 mil
Associação de Promoção do Menor – R$ 995 mil
Clube do Menor – R$ 270 mil
Comunidade de Ação Pastoral – CAP – R$ 450 mil
Congregação das Irmãs Salesianas do Sagrado Coração – Instituto Felippo Smaldone – R$ 270 mil
A proposta de autoria do Executivo recebeu 12 votos a favor e dois contrários e segue para sanção do prefeito Rafael Simões (DEM).
Para pedir o crédito suplementar, a Prefeitura alegou imprevistos, como a presença de bolsões e alto nível d’água do lençol subterrâneo, o que exigirá mais obras para estabilização do solo.
O aditivo equivale a pouco mais de 14% do valor total da obra, contratada por R$ 19,6 milhões e sob a responsabilidade da empresa Duro na Queda, que venceu a licitação propondo um valor quase R$ 10 milhões inferior ao inicialmente orçado.
O presidente da Câmara, Bruno Dias (DEM) defendeu o aditivo. Segundo ele, os novos trabalhos para reforçar a estabilização do solo vão evitar que ocorra com a via o que acontece hoje na Dique 2, que não pode receber tráfego de ônibus e caminhões por conta de sua fragilidade.
“Ao se iniciarem os projetos, especialmente de subsolamento, de estaqueamento, percebeu-se que haviam alguns bolsões que poderiam causar um problema semelhante ao que é vivenciado hoje na Avenida Dique 2 (…) que impossibilita o tráfego de caminhões e de ônibus”, explicou o político.
O vereador também sustentou que os recursos que serão direcionados ao aditivo não terão qualquer impacto em gastos de saúde e assistência social, setores nos quais a população tem cobrado maior investimento por conta da pandemia.
“Está saindo uma dotação de obras para obras, tá? A gente não está tirando um dinheiro que já não estava previsto para obras do mesmo tipo”, disse o político.
A obra
As obras da Via do Faisqueira é certamente uma das mais aguardadas nas últimas décadas pelos moradores da região. Ao ligar o bairro e adjacências à BR-459, ela cria um novo acesso para cerca de 30 mil pessoas que têm como única opção de saída e entrada da região a estreita e irregular Rua Antônio Scodeler.
O governador Romeu Zema (Novo) confirmou na manhã de hoje, 15, o fim da ‘onda roxa’ no Sul de Minas e outras regiões do estado. Com a medida, Pouso Alegre avança para a ‘onda vermelha’, a partir do próximo sábado, 17, com permissão do funcionamento restrito do comércio não essencial, além disso, essa a partir dessa fase a adesão dos municípios às restrições não é obrigatória.
Avançaram para a ‘onda vermelha’ as regiões Norte, Sul, Sudeste e Jequitinhonha e as microrregiões de Betim, Belo Horizonte/Nova Lima/Caeté, Vespasiano, Contagem, Curvelo e Manhuaçu. Elas se juntam ao Triângulo do Norte, Triângulo Sul e Noroeste, que já estavam na onda vermelha desde a última segunda-feira (9/4), e permanecem nesta fase.
“Obtivemos melhorias de indicadores, o que possibilitou as decisões técnicas por parte da Secretaria de Saúde. Mas é preciso lembrar que estamos longe de ter conforto. Ainda temos um sistema hospitalar sobrecarregado, os profissionais de Saúde estão cansados e as vagas são poucas. Por isso precisamos tomar todos os cuidados para evitar a transmissão do vírus. Dobramos o número de leitos de UTI e de Enfermaria em Minas Gerais, mas o aumento de casos nessa segunda onda exige toda cautela”, afirmou o governador Romeu Zema.
Segundo dados do próprio governo de Minas, na última semana, o estado registrou aumento de 4,01% no número de casos e 6,81% nos óbitos, o que justifica a progressão de onda apenas nas regiões que apresentaram melhores resultados na incidência da doença e também na ocupação dos leitos. A positividade da covid-19 está em 44% em todo o Estado.
Apesar disso, a avaliação do governo de Minas é que, em algumas regiões, houve melhora dos indicadores de contaminação e de internações, permitindo a progressão para a fase menos restritiva.
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