Motoristas de caminhões-tanques reivindicam a redução do ICMS sobre o óleo diesel. Ao menos 200 veículos de carga cercaram a Cidade Administrativa nesta quinta-feira para pressionar o governo Zema
Pouco a pouco, o movimento dos caminhoneiros vai se voltando contra os governadores. Nesta quinta-feira, 25, cerca de 200 caminhões seguiram em comboio e cercaram a Cidade Administrativa. O protesto tinha como alvo o governador Romeu Zema (NOVO) e a cobrança para que ele reduza o ICMS que incide sobre o óleo diesel.
As duas dezenas de caminhoneiros que seguiram até a sede do governo estadual partiram de Betim, pela BR-381. São do segmento de caminhões-tanques e, por isso, conhecido como tanqueiros. Eles pedem uma audiência com o governador. Enquanto o encontro não acontece, eles decidiram iniciar uma greve e afirmam que pode faltar combustível em Minas.
A categoria afirma que a alíquota de 15% sobre o óleo diesel praticada no estado é a maior do país. Em meio à pressão, o governo de Minas emitiu nota, argumentando que as recentes altas dos combustíveis nada têm a ver com o ICMS, mas com a política de preços praticada pela Petrobras.
“O estado reafirma seu compromisso de não promover o aumento de nenhuma alíquota de ICMS até que seja possível começar a trabalhar pela redução efetiva da carga tributária”, afirma o documento.
O governo de Minas diz ainda que não há possibilidade de redução de tributos no momento, uma vez que o estado passa por uma crise financeira e a Lei de Responsabilidade Fiscal impede qualquer tipo de renúncia de receitas.
“A Secretaria de Fazenda esclarece ainda que o ICMS corresponde a 31% para gasolina, 16% para o etanol e 15% para o diesel, do preço total dos combustíveis”, segue a nota.
Greve dos tanqueiros
Em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira, a categoria optou por paralisar suas atividades no estado, a fim de pressionar o governo pela redução do ICMS.

Tanqueiros se reúnem para iniciar movimento desta quinta | Imagem: reprodução de redes sociais
“Realizamos a assembleia, e eles mantiveram a decisão de ficarem parados. Ninguém vai carregar combustível”, afirmou ao jornal Estado de Minas Irani Gomes, presidente o Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (SindTaque). De acordo com ele, são mais de 3 mil condutores no movimento.
Gomes afirma que não há previsão para que a greve termine. A categoria já estava em estado de greve desde a terça-feira (23). “Nós estamos aguardando eles (governo estadual) se manifestarem. Mas eles ainda não se manifestaram”, disse.
O sindicalista alertou para os desdobramentos mais graves da paralisação. “A qualquer momento, a partir de amanhã (26), pode começar a faltar combustível nos postos e aeroportos”, afirmou.
“Os principais Estados que também estão na cadeia forte do combustível como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo possuem uma alíquota de 12%, menor do que é cobrado em Minas Gerais. Hoje a gente sobre muito com isso. Hoje tem mais de 1.500 caminhões deixando de carregar e descarregar combustível e não teremos entrega”, disse Irani ao jornal O Tempo.