Encontro foi revelado pelo presidente da Câmara de Vereadores, Bruno Dias. Dirigente da companhia teria tentado convencer o prefeito a desistir da ruptura, sem sucesso
O presidente da Câmara de Pouso Alegre, Bruno Dias (DEM), afirmou na noite desta terça-feira, 09, que o prefeito Rafael Simões (DEM) se reuniu com o diretor-presidente da Copasa, Carlos Eduardo Tavares de Castro, e, mesmo diante dos apelos em contrário do dirigente, optou por seguir com a rescisão de contrato com companhia de água e esgoto.
De acordo com o vereador, ele participou do encontro que ocorreu na quinta-feira, 04. “A situação é pela judicialização e pelo distrato”, afirmou durante seu pronunciamento na tribuna da Câmara durante a sessão ordinária do legislativo.
“Apesar de todos os esforços do presidente da Copasa em tentar de alguma forma propor algum tipo de mudança na postura da Copasa, infelizmente a gente chegou num ponto em que não é mais interessante para a população de Pouso Alegre a prestação de serviços que vem sendo feita pela Copasa”, refletiu Bruno Dias.
Água com fezes e químicos prejudiciais à saúde
Como o R24 mostrou na última semana, a Arsae, agência reguladora responsável por fiscalizar os serviços de saneamento em Minas Gerais, encontrou uma série de irregularidades no controle de qualidade da água fornecida pela Copasa aos moradores de Pouso Alegre. Dentre outros problemas, a fiscalização encontrou amostras de água com fezes e químicos prejudiciais à saúde humana.
Dentre outras ações em que é demandada na cidade, a Copasa já foi alvo de TACs junto ao Ministério Público, de comissões de investigação na Câmara de Pouso Alegre e ações judiciais da Prefeitura pedindo reparos ao município. As cobranças ocorrem principalmente por conta do lançamento de esgoto em mananciais, cobrança de taxas indevidas e má qualidade da água.
Prefeitura anunciou rompimento do contrato
Em dezembro do ano passado, o prefeito Rafael Simões. anunciou que tomaria as medidas necessárias para romper com a companhia e, então, abrir um processo de concessão a fim de repassar o serviço de água e esgoto a uma outra empresa.
“Nós queremos um serviço digno, como este que tem em Pará de Minas. Por isso estivemos com Antônio Júlio, que nos orientou para que tenhamos êxito nesse processo que vamos iniciar contra a Copasa. Agora não dá mais. Tentamos de todas as formas para que ela apresentasse um serviço de qualidade para o nosso povo. Não foi possível. Então vamos fazer a rescisão e vamos torcer para que Pouso Alegre tenha uma empresa tão boa como a que Pará de Minas conseguiu na licitação”, declarou o político após visita à cidade de Pará de Minas, município que, recentemente, rompeu com a companhia e realizou nova concessão do serviço de água e esgoto.
A batalha judicial em torno da ruptura não será simples. Atualmente, o contrato mantido entre o município e a companhia tem vigência até o ano de 2046. Até o momento, porém, a prefeitura não informou ter ingressado com a ação judicial requerendo a rescisão.
Para se ter uma ideia do jogo de xadrez que se inicia, nas últimas semanas, empresas de pesquisa de opinião fazem levantamentos na cidade para avaliar o humor da opinião pública quanto à disputa que se inicia. Nos bastidores, acredita-se que a pressão do público será um dos fatores determinantes na solução do conflito.