
Um grupo de vigilantes foi à Câmara de Vereadores de Pouso Alegre (MG), durante a sessão ordinária desta terça-feira, 16, para protestar contra salários não pagos pela empresa Plantão Serviços, terceirizada que teve seu contrato rescindido pela prefeitura em fevereiro deste ano.
Houve bate-boca dos vigilantes com vereadores e entre o presidente da Câmara, Leandro Morais (PSDB) e o vereador Hélio da Van (MDB) – veja o vídeo abaixo. O clima ficou tenso depois que um requerimento do presidente da Câmara, que pedia informações à prefeitura sobre o caso dos trabalhadores, foi rejeitado por 11 votos a 3.
O líder do governo na Câmara, o vereador Reverendo Dionísio (União), explicou que um outro requerimento de igual conteúdo já havia sido aprovado na Casa em dezembro do ano passado. Ainda de acordo com ele, aprovar um novo requerimento apenas retardaria o processo de resposta do município. As explicações do político não bastou para os vigilantes, que seguiram protestando.
Também segundo o líder do governo, uma reunião para esclarecer sobre o caso já foi agendada pela prefeitura para as 14h da próxima segunda-feira, 22, e um representante dos vigilantes poderá participar do encontro.
Bate-boca entre vereadores
Mas enquanto os vigilantes cobravam uma posição, os ânimos se exaltaram, de fato, entre dois vereadores: o presidente da Câmara, Leandro Morais (PSDB), e o vereador Hélio da Van (MDB).
Em sua fala na tribuna, Hélio se dirigiu aos vigilantes e afirmou que caso a Câmara quisesse pressionar a prefeitura ela poderia travar a pauta de votação e exigir que o município enviasse um projeto de lei que permitisse fazer o pagamento dos salários dos trabalhadores.
Da plateia da Câmara, um vigilante pediu ao parlamentar que explicasse ao vereador Leandro Morais como poderia ser feito o processo de obstrução. Hélio ironizou: “Não, o vereador Leandro é bacharel em Direito, ele deveria saber, mas ele é bacharel, não tem [registro da] OAB ainda, mas basta travar a pauta aqui, travar a pauta, falar para o prefeito: ‘olha, eu não voto esse projeto do seu interesse enquanto você não mandar pra gente um projeto de interesse da Câmara Municipal”.
Quando foi a vez do presidente da Casa usar a tribuna ele rebateu o colega, afirmando que ele ‘faltava com a verdade’. “Lamentavelmente, ficam utilizando isso para confundir, para confundir vocês. Semana passada, como o Jonathan me alertou, o vereador Hélio faltou com a verdade. Então, vereador Hélio, eu não sei o que que o senhor fica preocupado com a minha formação acadêmica. Graças a Deus formei em Direito, sou bacharel, não quis advogar, uma opção minha, da minha vida particular eu faço o que eu bem entendo, não é da sua conta. Você deveria tomar conta da sua vida, não da minha e preocupar mais com o seu medíocre mandato”
Nesse momento, iniciou-se um bate-boca entre os vereadores. Enquanto Leandro ainda discursava na tribuna, Hélio disse algo não captado pelos microfones e Leandro respondeu que não se importava com aquilo, rebatendo “é difícil dialogar com uma pessoa que o caráter tá lá no subsolo (…) Então, o senhor deveria ter vergonha na cara e não iludir…”. Hélio rebate: “cala a sua boca, seu idiota”. Leandro pede ao corregedor da Casa para tomar providências. Hélio prossegue: “Você não tem moral para falar no meu nome”.
Ambos prosseguem trocando insultos. Leandro chama Hélio de canalha e mau-caráter, ofensas que lhe são devolvidas.
Já no final da sessão, porém, o vereador Hélio da Van pediu desculpas ao presidente da Câmara por ter se exaltado e alegou que a informação sobre o que ele disse aos vigilantes na última semana teria chegado de forma ‘atravessada’ ao parlamentar.
Salários atrasados e rescisão de contrato da Plantão Serviços
O caso dos vigilantes se arrasta desde o final do ano passado, quando a empresa Plantão Serviços, uma terceirizada da prefeitura responsável pela vigilância armada dos prédios públicos, passou a atrasar os salários e direitos trabalhistas de seus funcionários.
A categoria se mobilizou e soube-se que os repasses da Prefeitura estavam em dia, mas a empresa passou a não poder receber novos repasses por ter dívidas com o erário. Diante do impasse, a prefeitura abriu um processo administrativo que abriu caminho para a rescisão contratual.
A rescisão foi consumada no final de fevereiro. Mas, quase três meses depois, os vigilantes que atuavam pela empresa seguiriam sem receber salários referentes ao final de 2022 e início deste ano.
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