Mãe de Lara, uma jovem de 16 anos, procurou a delegacia na quarta-feira, 24, não apenas para informar o desaparecimento da filha de 1 ano e 9 meses, mas também para pedir medidas protetivas contra o ex-marido, que a havia agredido
O delegado da Polícia Civil, Luiz Felipe Brizzi, responsável pelas investigações do caso Lara, deu mais detalhes sobre os acontecimentos em torno da morte da bebê de 1 ano e 9 meses. Seu corpo foi encontrado por pescadores neste domingo, flutuando no Rio Sapucaí, na região rural de Turvolândia.
De acordo com o delegado, tudo leva a crer que se tratou mesmo de um homicídio seguido de suicídio, num ato bárbaro que teria sido praticado pelo pai após a mãe da menina pedir a separação.
O delegado revelou que, ao procurar a delegacia de Polícia Civil, em Silvianópolis, na quarta-feira, 24, além de apontar o desaparecimento da filha, pega na noite anterior pelo pai, a jovem de 16 anos pediu uma medida protetiva contra o ex-marido, que a teria agredido.
“As medidas [protetivas] eram em razão de que ela havia sido agredida e ameaçada pelo marido e também informarmos do sumiço da menina”, narra Brizzi.
Naquele momento, porém, horas depois de o pai ter pego a filha com a mãe, não era possível enquadrar a conduta do pai como irregular, embora a mãe não conseguisse contato para confirmar o paradeiro da filha. O pais havia pego a filha na noite anterior, alegando que a levaria na casa da avó.
“Eu expliquei a ela que não era caso de sequestro, até por que ele era pai, tinha esse direito. E ela também cedeu [a guarda da menina] normalmente, como deveria ter sido mesmo”. Até aquele momento, não passava pela cabeça de ninguém o que o pai poderia fazer com a menina.
Foi durante os registros das medidas protetivas na delegacia que chegou a trágica informação. O pai da menina, Wallace Prado, de 21 anos, havia cometido suicídio. A perícia seguiu para o local e encontrou um sapatinho da menina próximo do veículo de Wallace e outro próximo ao rio, perto também de onde foi localizado o corpo do pai da menina Lara.
Enquanto buscas seguiam pelo rio, delegado tentou localizar Lara a partir de amigos e conhecidos de Wallace

Bebê foi encontrada por pescadores em uma região rural de Turvolândia (MG) | Imagem: reprodução
Os vestígios encontrados na cena do crime deixavam pouca margem para dúvidas. A principal suspeita das autoridades era de que Wallace teria jogado a própria filha no rio e, então, se enforcado.
Apesar disso, enquanto as buscas dos bombeiros não traziam resultados, a Polícia Civil tentava localizar Lara de outras formas. “O que eu havia feito antes, ainda tentando acreditar que isso [a menina ter sido jogada no rio pelo pai] não tinha acontecido, foi determinar investigações no sentido de localizar os amigos do suposto autor para ver se ele tinha deixado a menina com alguém”, rememora o delegado.
Apesar de os investigadores e a família da bebê manter a esperança de encontrar a menina viva, a confirmação da tragédia viria na manhã deste domingo, por volta das 9h, quando pescadores encontraram o corpo da bebê flutuando no rio, a cerca de 51 quilômetros rio abaixo e 23 em linha reta, do local onde Wallace e os pertences da menina foram encontrados.
Apesar dos indícios apontarem fortemente para o homicídio cometido pelo pai da menina, o inquérito ainda não foi encerrado. Um elemento fundamental para chegar à conclusão final em torno do caso será a autópsia, que apontará a causa da morte da menina Lara Sophia.