Apesar da sensação de que os crimes contra o patrimônio tiveram um salto nos últimos meses em Pouso Alegre (MG), o aumento dessas ocorrências vêm ocorrendo de forma constante desde 2021, segundo dados oficiais da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (confira os índices abaixo).
Esse tipo de crime vinha apresentando queda entre os anos de 2017 e 2020, mas voltaram a aumentar ao final do primeiro ano da pandemia, quando foram adotadas as medidas de restrição mais duras para limitar a circulação do vírus da Covid-19.
Levantamento do R24 junto à secretaria de Segurança mostra que as ocorrências de furto, por exemplo, chegaram a acumular uma queda de 49% entre os anos de 2017 e 2020. Mas, após a fase mais rigorosa de restrições de circulação de pessoas, voltou a aumentar, com alta de 32% em 2021 e 11% em 2022. No acumulado, de 2020 a 2022, a ação criminosa teve alta de 47,2%.
No caso das ocorrências de roubo, que são subtrações praticadas com o emprego de grave ameaça ou violência, os índices também recuaram entre os anos de 2017 e 2020. No período, o recuo chegou a ser de 73%. Em 2021, porém, os roubos voltaram a ter alta de 9,6% e tiveram novo recuo de 4,9% em 2022.
Furtos em Pouso Alegre |
Ano |
Nº de ocorrências |
Variação % |
2015 |
275 |
– |
2016 |
348 |
+26,55% |
2017 |
230 |
-33,91% |
2018 |
154 |
-33,04% |
2019 |
118 |
-23,38% |
2020 |
93 |
-21,19% |
2021 |
102 |
+9,68% |
2022 |
97 |
-4,90% |
Roubos em Pouso Alegre |
Ano |
Nº de ocorrências |
Variação % |
2015 |
1.325 |
– |
2016 |
1.325 |
0,00% |
2017 |
1.265 |
-4,53% |
2018 |
1.239 |
-2,06% |
2019 |
1.045 |
-15,66% |
2020 |
675 |
-35,41% |
2021 |
894 |
+32,44% |
2022 |
994 |
+11,19% |
Mês de janeiro mostra estabilidade
Os únicos dados de furtos e roubos divulgados para 2023 são do mês de janeiro. Quando comparados com o mesmo período do ano passado, o que se verifica é uma certa estabilidade.
Em janeiro de 2023, foram registrados 83 furtos, contra 81 no mesmo mês de 2022. Já o número de roubos foi de 3 em janeiro deste ano e de 5 no mesmo período do ano passado.
O que dizem as autoridades
Vitrines quebradas e invasões a lojas, assaltos a mão armada em pequenos comércios, gente sendo furtada nas ruas do centro, em plena luz do dia. Cenas assim foram gravadas por câmeras de segurança nos últimos meses e tiveram grande repercução na mídia local.
Para o tenente coronel da Polícia Militar, Célio César dos Santos, esses casos específicos, “em determinados locais em vias pontuais”, teriam abalado a sensação de segurança da população. “Diante disso, nós estamos com esses locais mapeados, nós estamos fazendo um monitoramento desses indivíduos contumazes e à noite nós estamos lançando mão de um efetivo suplementar para tentar melhorar essa percepção de segurança por parte da comunidade”, disse o militar ao G1.
Já o prefeito Cel. Dimas avalia que o município tem evoluído em ações que visam a segurança e tem uma estrutura capaz de dar uma resposta rápida à população.
“A Prefeitura de Pouso Alegre iluminou a cidade 100% LED, isso facilita muito a ação da polícia para identificar assaltantes, identificar pessoas que vão praticar crimes. (…) Nós temos 16 câmeras do “Olho Vivo”, nós temos 40 funcionários da prefeitura municipal que trabalham em diversos órgãos aqui do município, inclusive na polícia militar e civil, então esse conjunto de esforços, há esse momento de comoção social pela prática dos crimes, mas eu acredito que a resposta tanto da polícia militar, quando da polícia civil, será rápida”, analisou o político também para o G1.
O aparente aumento da criminalidade tem mobilizado os principais grupos de poder e da organização civil na cidade. A direção da Associação do Comércio e Indústria de Pouso Alegre, a Acipa, pediu um encontro com as autoridades de segurança e da administração municipal.
Na Câmara Municipal, os vereadores discutem a criação de uma Comissão Permanente de Segurança Pública e avisaram que convocarão uma audiência pública para discutir o tema.
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