Acusado de chantagem, secretário de Zema fica na berlinda

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Acusado de chantagem, secretário de Zema fica na berlinda

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O secretário de Governo Igor Eto | Foto: divulgação/Agência Minas

Um dos homens fortes do governo Zema (Novo) pode cair. Igor Eto (Novo), secretário de Governo da administração estadual tinha a missão de emplacar um nome governista para a presidência da Assembleia Legislativa. Mas, além de não conseguir cumprir a tarefa se envolveu em uma encrenca que se transformou na primeira grande crise de Zema 2.

Cristiano Caporezzo, um estridente deputado estadual pelo PL, acusa Igor Eto de ter tentado chantageá-lo para mudar seu voto em favor de Renato Andrade (Patriota), então candidato do governo à presidência da ALMG.

A denúncia veio acompanhada de um áudio atribuído ao coronel da Polícia Militar de Minas Gerais, Marco Aurélio Zancanela. A mensagem teria sido encaminhada a oficiais do alto comando da PM. Nela, o coronel afirma que Igor Eto o teria tirado do cargo do Estado Maior por ter se recusado a pressionar um deputado a votar a favor do candidato do governo Zema.

Ouça o áudio atribuído ao coronel:

Com a encrenca armada, o governo Zema teve que abrir mão de seu candidato e apoiar o favorito da casa legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB), o Tadeuzinho, que, seguindo a tradição da ALMG, será candidato único ao posto.

Substitutos avaliados e a 1ª derrota política de Zema 2

Chamado de arrogante e moleque por Caporezzo, a situação de Igor Eto é delicada. Nos bastidores, nomes para substitui-lo já são considerados. Os favoritos são dois deputados federais: Lucas Gonzalez (Novo), que não conseguiu se reeleger para a Câmara Federal, e Marcelo Aro (PP), outro que não conseguiu chancela popular. Ele tentou uma vaga para o senador na chapa de Zema.

Revelador das disputas internas do governo Zema, os nomes são ligados a alas distintas do partido Novo. Gonzalez é ligado ao vice-governador Matheus Simões. Já Aro seria uma escolha do próprio Igor Eto, que deixaria o cargo, mas manteria sua influência no posto.

Seja qual for o desfecho da contenda, o saldo para o governo Zema em seu primeiro desafio político é preocupante. Depois de passar quatro anos em confronto aberto com o atual presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PSD), o governador apostava em uma costura política que lhe desse condições de ter um relacionamento mais positivo com os deputados, bom o bastante para desenrolar as pautas do governo na Assembleia. Até aqui, essa aspiração parece distante.

 

Sobre o autor: Adevanir Vaz é jornalista e editor do R24.

Os artigos publicados em ‘Opinião’ e ‘Colunas’ não refletem, necessariamente, o ponto de vista do Rede Moinho 24.

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Brasil

Simões rebate acusação após não ter assinado CPI do 8 de janeiro

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O deputado federal Rafael Simões (UB) | Imagem: reprodução

O deputado federal Rafael Simões (UB) foi às redes nesta quinta-feira, 16, rebater a acusação de que teria recebido valores para não assinar a CPI do 8 de janeiro.

“Esclareço que isso não passa de uma mentira de pessoas que tentam denegrir minha imagem e fazer a conhecida política suja”, diz trecho do comunicado do político.

Em fevereiro, durante participação no Papo em Rede do R24, o deputado já havia afirmado que não assinaria a CPI dos atos de 8 de janeiro por entender que as autoridades competentes já estão investigando o caso.

Na avaliação do político, a CPI serviria apenas para disputas ideológicas, disperdiçando energia que poderia ser empregada para ações concretas em prol do país.

No post desta quinta, ele voltou a reforçar seu ponto de vista. “Esclareço também, que meu mandato como Deputado Federal nunca será pautado em brigas ideológicas ou de partidos, e sim, em levar saúde, educação e desenvolvimento para o povo mineiro, que é o que realmente interessa”.

Direita radical

As mensagens veiculadas com os ataques ao deputado é reflexo da disputa que se dá na direita brasileira, entre radicais e moderados.

A oposição ligada ao bolsonarismo quer a CPI para utilizá-la como palco de desgaste do governo Lula, que, por sua vez, decidiu trabalhar contra a investigação parlamentar para não desviar o foco de ações e pautas prioritárias da gestão.

Mas há um pano de fundo importante em meio à contenda. O Planalto ainda luta para ter uma base sólida no Congresso, mas enfrenta entraves com um parlamento majoritariamente conservador.

O partido de Simões é uma das grandes incógnitas na relação entre governo e Congresso. Embora tenha três ministérios na Esplanada, a sigla que é a terceira maior bancada da Câmara, se declarou independente, posição seguida pelo deputado federal.

A realidade da legenda, porém, é mais caótica. Parte da sigla é bolsonarista raiz e uma outra é formada por políticos mais tradicionais, liberais consevadores e pragmáticos.

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Contexto Político

Comitê da Prefeitura ainda não divulgou impacto da tarifa social no número de passageiros

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Expresso Planalto exibe frota de veículos ao assumir concessão do transporte público em 2019 | Foto: arquivo/R24

A criação da ‘tarifa social’ é um avanço inegável para o transporte público de Pouso Alegre (MG). Ao subsidiar o serviço, ela reduz o peso do transporte no orçamento da população mais pobre e incentiva a adoção do veículo coletivo, o que melhora a mobilidade urbana e também reduz a quantidade de poluentes lançada no ambiente.

Mas a legislação que permite repasses milionários para a concessionária Expresso Planalto carece de transparência. Para piorar, um dos poucos dispositivos legais que jogam alguma luz sobre os números que geram os valores despendidos para o programa não estão sendo cumpridos.

Quase 10 meses após a aprovação da lei que criou a tarifa social para o transporte público em Pouso Alegre (MG), o Comitê Gestor responsável pelo Fundo Municipal que custeia o subsídio ainda não publicou dados sobre o impacto da medida no número de passageiros que utilizam o serviço. O comitê é formado  representantes das secretárias de Trânsito e Transporte, Administração e Finanças e da Chefia de Gabinete da Prefeitura.

A divulgação desses dados está prevista em uma emenda de autoria do vereador Igor Tavares (PSDB), que, junto da criação da ‘Tarifa Social’, alterou a lei 6.431 de julho de 2021, que regulamenta os repasses dos cofres públicos para a Expresso Planalto.

Para se ter uma ideia, de 2022 até janeiro deste ano, o município destinou R$ 10,7 milhões em ‘repasses financeiros de subvenção econômica’ (nome técnico para o subsídio) à Expresso Planalto. Deste montante, R$ 2,4 milhões foram repassados conforme a legislação antiga, o restante foi repassado já na forma da legislação que previa a ‘tarifa social’. Os dados são do Portal da Transparência.

Novo formato de subsídio

A ‘Tarifa Social” representou uma reformulação do subsídio dado à Expresso Planalto, que, desde a pandemia, passou a pressionar a Prefeitura pela criação de um fundo municipal de custeio ou por elevados aumentos no preço da passagem de ônibus, chegando a propor valores que passavam de R$ 8. Caso o município não atendesse à reivindicação, a empresa chegou a ameaçar que paralisaria sua frota.

Num primeiro momento, em julho de 2021, o município criou um fundo municipal que previa repasses de até R$ 600 mil mensais para a empresa. Em maio de 2022, já sob a administração de Cel. Dimas (PSDB), a lei foi alterada para a criação da ‘Tarifa Social” e da “Tarifa Técnica”.

Na prática, o valor da passagem urbana foi para R$ 5,80 e o da rural para R$ 7,70 (‘tarifa técnica’), mas a Prefeitura passou a subsidiar R$ 2,80 desse valor (que segue na forma de repasses dos cofres municipais para a empresa) e os passageiros passaram a pagar R$ 3 na tarifa urbana e 4,90 na tarifa rural (‘tarifa social’).

O que prevê a lei sobre a divulgação dos dados

A emenda do vereador, aprovada pela unanimidade dos vereadores em 17 de maio de 2022, incluiu o inciso VI no artigo 8º da Lei 6.431, trecho que prevê a competência do Comitê Gestor do Fundo Municipal de Transporte Público, que passou a ficar responsável por divulgar “a partir da data de alteração no valor da tarifa social, no prazo de até 7 (sete) meses, o relatório de 6 (seis) meses do impacto no fluxo de passageiros, informando qual foi a alteração no número de passageiros pagantes do transporte público coletivo, com o comparativo entre o cenário anterior e posterior à mudança na tarifa, sempre que houver a concessão da tarifa social e atualização do seu valor”.

Na justificativa da emenda, os vereadores alegaram que se tratava de um dispositivo capaz de dar transparência à legislação, além de gerar dados a partir dos quais a eficácia da política pública poderia ser verificada de forma objetiva.

Como a nova tarifa passou a valer em 1º de junho de 2022, o prazo para divulgação dos dados venceu em 1º de janeiro deste ano.

Prefeitura não retornou sobre os dados

O R24 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura no dia 3 de março para obter os dados do Comitê Gestor, mas até a data da publicação desta reportagem não obteve resposta.

Também foi feito contato com o vereador Igor Tavares, a fim de saber se a legislação que ele propôs estava sendo cumprida. Por meio de áudio, ele informou o seguinte em 3 de março: “Até semana que vem eles deixam esse documento público. As informações eles já têm, eles tinham me apresentado certa vez, mas vão colocar isso de uma forma mais clara e objetiva para expor para a população”. 

No mesmo áudio, o vereador afirmou que havia oficiado a Secretária Municipal de Transito e Transporte acerca do tema.

Já nesta quinta-feira, 9, o vereador encaminhou ao R24 um ofício que teria enviado à pasta. O documento data do dia 7 de março:

Ainda de acordo com o parlamentar, a resposta ao ofício deve ser enviada na próxima segunda-feira, 13. Caso os dados sejam divulgados nesta data, terão vindo à publico com mais de dois meses de atraso e somente após o questionamento feito pelo R24.

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Sobre o autor: Adevanir Vaz é jornalista e editor do R24.

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Brasil

Simões defende União Brasil independente do governo Lula e alfineta Gleisi Hoffmann

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O deputado federal Rafael Simões (União) | Foto: divulgação

Deputado afirma que bancada do União na Câmara já bateu o martelo pela independência e ironizou declaração de Gleisi sobre ‘freio de arrumação’ na relação do Planalto com o partido: “para ajeitar bois…”

O deputado federal Rafael Simões (União-MG) defendeu nesta quarta-feira, 15, a independência da bancada do União Brasil na Câmara em relação ao governo Lula (PT). Segundo o político, ontem os deputados da sigla se reuniram e bateram o martelo: vão manter distância do Planalto.

“Nós tivemos uma conversa muito franca e definimos que a bancada, ou seja, seus deputados e deputadas, nós estaremos independentes do governo que aí está. Nós vamos votar todos os projetos que sejam importantes e do interesse do povo brasileiro”, afirmou o político em vídeo publicado nas redes sociais.

Simões comenta declaração de Gleisi Hoffmann e diz que bancada não indicou ministros

Apesar da posição dos deputados, o União Brasil tem, hoje, três ministros no governo Lula: Daniela Carneiro (Turismo), Juscelino Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração Nacional), este último, embora seja filiado ao PDT, está de mudança para o União e é nome próximo do senador David Alcolumbre (União-AP).

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, questionou o distanciamento do partido e apontou para a necessidade de um ‘freio de arrumação’ na relação com os parlamentares da sigla.

Instado a comentar a declaração da dirigente petista, Simões disse ao Estado de Minas que o posicionamento dela foi recebido com surpresa na legenda. “Alguns colegas ficaram meio sentidos com a colocação dela, de usar ‘freio de arrumação’. Para nós, que somos caipiras, isso serve para ajeitar bois dentro de um caminhão. Não é nosso caso. Somos pessoas preparadas, que sabem o que estão fazendo lá”, ironizou.

O deputado afirmou ainda que a indicação de ministros não partiu da bancada de deputados. “Se houve essas indicações, elas partiram, acredito, do próprio presidente Lula. Se houve alguma tratativa, não foi com a bancada (…) Não queremos discutir cargos no governo federal. Queremos discutir o Brasil; o que é bom para o país”, completou.”, alegou.

Nos bastidores, se sabe que as indicações do União Brasil partiram de David Alcolumbre e do presidente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PE). Desde que as indicações foram feitas, já era dado como provável que elas não seriam suficientes para garantir o apoio da bancada do partido na Câmara.

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